quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Notas

Já fazia algum tempo que não postava nada. E venho postar por não ter mais com quem gritar os meus desabafos bem alto. Se bem que era o que deveria fazer, no entanto vou tomando esta atitude passiva, enquanto recebo insultos à minha inteligência. Não é porque não o sinta, nem porque o não saiba, tampouco por uma questão de auto-controlo, apenas já não existe paciência em mim para dizer que o teu sentido de oportunidade já teve melhores dias, ou ainda que não sou uma súbdita que atende a todos os teus desejos ou caprichos.
Não confio em grandes amizades, não confio nas pessoas, simplesmente perdi a capacidade de confiar, acho-o um processo demasiado complexo e inacessível para mim de momento.
E este podia ser um recado a ti, pessoa que se julga tão inteligente, mas que não sabe usar a sua arma manipuladora, um recado daqueles que se deve deixar colado na porta do frigorifico. E podia-te dizer: Burra, quem?? Eu?? Mas seria o desenrolar de um drama que não pretendo protagonizar.
Lentamente vou saboreando esse teu mel de sinismo e vou finjindo que estará sempre tudo bem. Porque não haveria de estar, não é?
Sei que nunca virás ler isto e mesmo se vieres deduzo que não te reconheças aqui. Mas, conselho, seria bom se comprasses um bloco de notas. Existem uns adequadissimos ao teu perfil.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um devaneio


No escuro delicio-me com o meu veneno doce e envolvente, cristalino.
Para as minorias sou um ser estranho, diria mesmo invulgar.
Sou tudo aquilo a que a sociedade não está habituada. Há quem me inveje, há quem me odeie.
Ouço repetidamente o refrão - 'É preciso ter calma, não dar o corpo pela alma'.
Talvez não se encaixe em mim... Talvez isso até faça de mim um ser pior, ou uma princesa que se transforma num sapo gordo, verde e feio.
Todos nós temos receios, até o mais invulgar dos seres... Todos nós somos fracos.
Porque terei de ser eu o ser invulgar? Que característica possuo que outros não têm?
Serei racional demais? Serei muito exigente?
Também não sei o que esperar da vida, à semelhança de todos, só não sigo nas mesmas direcções... Nem os mesmos ideais.
Serão os meus gostos meros caprichos?
Sinto que duvido de mim própria, daquilo de que sou capaz... Terei perdido alguma capacidade?
Terei perdido a vontade?
Já não sei... Não encontro respostas..
Não me sinto cansada de viver, como outrora, mas também não o sinto como um desafio.
Por vezes sinto-me acéfala... Sou incapaz de coordenar um raciocínio lógico que me leve a um caminho concreto e correcto.
É estranho sentirmo-nos estranhos aos nossos olhos. E isto não é um sentimento, não é uma dor partilhada. É uma negação.
Já não sei como me expressar, apenas bebo do meu veneno cristalino.







sábado, 8 de maio de 2010

Ser mulher...


Ser mulher... Mulher que palavra tão completa, carregada de emoções, gritos, dor, feridas de guerra.
Ser mulher é ter um sorriso quente, um olhar cintilante, uma pele macia, um perfume inconfundível.
Ser mulher é gritar bem alto, soluçar com o cair da noite, é ter espírito guerreiro.
Ser mulher é ser desmetida, ousada, rir desalmadamente.
Ser mulher é correr contra o tempo, é magoar-se e não se intimidar.
Ser mulher é sonhar além horizontes, é voar na ilusão, é ser feroz e cruel.
Ser mulher é ter carinho para dar, ternura e medo.
Ser mulher é ser quente, envolvente, tentadora.
Ser mulher é ter coragem, é ter uma força estrondosa, é não desistir.
Ser mulher é ter vaidade, é gostar de si, é uma constante mudança de humor.
Ser mulher é seduzir, é colocar a emoção acima da razão.
Ser mulher é passar horas frente ao espelho, é chorar quando se está feliz.
Ser mulher é ser inocente e doce. É ser mãe.
Ser mulher é o mistério mais apaixonante da vida.
[Para todas as grandes mulheres com quem já me cruzei ao longo da vida e aquelas que ainda me irei cruzar. Igualmente, a todos os homens que têm a seu lado uma grande mulher].

sábado, 20 de março de 2010

Viver...


Viver e sentir-me viva... Seres que vagueiam pelas ruas, corpos nús de uma alma ou mesmo de uma consciência. São palavras e palavras escritas em prol dos saberes mundanos, em torno do 'eu sei', 'eu quero', 'eu tenho'.. Eu, eu e eu. E quando, pergunto-me, quando paramos para pensar, para interiorizar as nossas vivências? E quando adquirimos delas apenas a experiência e não a insolência? E quando aprenderemos a não julgar, mesmo quem não nos é próximo? Como poderemos querer paz se esta não parte do nosso interior? Quando deixaremos as palavras que ferem? Quando saberemos ouvir? Saber ouvir é uma arte complexa. Atribuo-lhe esta designação porque de facto cada vez menos se ouve... Por vezes nem os sinais do nosso relógio biológico somos capazes de ouvir. Viver é mau, sobreviver é péssimo. Vivemos, mas procuramos pelo momento em que de facto nos sentimos vivos, em que apenas a luz do sol chegue para nos fazer sorrir, em que respirar fundo seja prazeroso.. Pequenos e breves momentos são tudo aquilo que nos parece que levamos do acto de viver. Palavras e palavras de histórias vividas e revividas, comparadas exaustivamente. Livros e livros que dariam de assuntos gastos e desgastos, de quem não sabe falar. Dizeres levianos que ferem. O conhecimento não é profundo, não sabemos tanto quanto julgamos,não temos tanta experiência de vida que nos faça escrever estes textos e textos, estas frases intermináveis sem pontos finais. Simplesmente porque nunca experimentámos sentirmo-nos vivos em vez de viver.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mudança


Linhas a fio de palavras saturadas dos mesmos temas... Tempo, corações partidos, gentes mal amadas, confusões, destruição e dor.

E o amor, a felicidade, a paz e a vida plena onde ficam?

Neste momento sinto paz... Paz de espírito e alegria na alma..

Ignoro o que dizem, fazem ou ambicionam. Não pertenço a este mundo cruel, cheio de significados estranhos e de pessoas insignificantes que se julgam maiores que o seres humanos.

As vidas cruzam-se e separam-se, destroem-se e recomeçam.

A minha acabou e recomeçou, noutro mundo. Um mundo bem melhor, onde é fácil respirar e não existem ideias preconceituosas. A simplicidade é uma constante no decorrer dos dias. Tornei-me num ser mais forte e construi ligações mais resistentes, deixando para trás tudo o resto que não faz sentido guardar.

No passado pouco fui feliz, mas muito cresci e aprendi.

Hoje foi o virar de uma página que há muito se tornara pesada.

Contigo aprendi a valorizar-me, a respeitar-me e acima de tudo a ser verdadeiramente eu. Deixei de me esconder na minha concha. E para trás deixei as noites mal dormidas, as lágrimas caídas e os corações feridos.

Quero ser uma nova mulher, aquela que se perdera na guerra da sua própria vida.

As amizades constroem-se, de forma sólida. Os amores... Esses, para que são necessários se já existe em mim um amor cativo por ti? Tem bases fortes, é transparente e envolvente.

A pouco e pouco estou a aprender a ser feliz! Amo-te...



(dedicado a ti meu amor que me tens ajudado a ser uma pessoa melhor)


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Carta


Amor,

Como dizer, ou o que dizer?
Tu sabes... Mas eu quero dizer.
Eu quero dizer que nutro por ti o mais puro de todos os sentimentos, a mais nobre de todas as loucuras. Quero dizer, sim! Sim, eu amo-te.
Mas como o dizer sem se parecer banal? Como o dizer de forma especial e única para alguém tão simples e completo como tu?
Alguém que me toca a alma só com o brilho do olhar.
Fazes com que me sinta a levitar pelas ruas. E penso....
Penso em ti a cada instante, a cada segundo, a cada momentinho. Já fazes parte de mim e vou deixando que todo o teu ser vá sugando o meu pequeno coração embalando-o num sentir profundo.
Porquê eu? Porquê a mim, meu amor? Um ser dotado de imensos fantasmas e medos.
Quero apenas ter toda uma vida para te poder demonstrar o quão especial és, o quão indispensável te tornas-te e o quão feliz te quero fazer.
Quero-te... Hoje, amanhã e para sempre.
Só contigo tudo fará sentido. Só a teu lado a vida será bonita de se viver.
Amo-te...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nostalgia




Existe um tempo e um espaço...
Um olhar, um sentir....
Existes tu e eu, um nós, em lados separados, apenas nos podemos ver através deste vidro que vai estalando mas não quebra.
Passeio sem um rumo certo, a minha mente atraca sempre no mesmo porto.
O corpo pretende ir além da mente, o coração pulsa todo o sentimento, o toque está longe.
As dúvidas em relação ao que o futuro reserva são mais que muitas, o receio de errar cresce há medida que os dias passam.
Será que ousarás arriscar ou permanecerás imóvel?
Só quero que me agarres num qualquer momento e me faças de tua. Desejos que segredo ao vento.
Saber que estás comigo, mas a mim não pertences. A ansiedade cresce, o tempo passa e a cada olhar que cruzamos vejo o futuro.
Queria apenas ter um momento, um instante para te poder dizer o quão significas, sem receios, obstáculos ou confusões.
Tu entras-te na minha vida e foste-te tornando uma necessidade, um mistério delicioso de se ir desvendando. Dando-lhe sentido, brilho e fazendo-me sorrir.
Sorris com vontade, sentes as palavras e tocas-me a alma.
Amo-te...