domingo, 28 de junho de 2009

Poderei sentir??


Um sentir profundo que surgiu com o cintilar das estrelas. Uma ânsia que cresce com o decorrer dos dias...

Como surgiu?

Como veio?

Quem o quis?

Que fazer?

E como agir?

Perguntas que balançam na mente...
Não sou capaz de o vencer... Tampouco de o parar...
Todas as noites me adormecem com essa brisa que se solta trazendo o perfume da tua essência.
As tuas asas, serão de seda pura?
Uma vontade que nasce sem poder, uma voz que cala sem querer, um pensamento surge, um suspiro, um arrepio, dois olhares que se interceptam, gestos que não se tocam, almas que sentem...
Será que sentem? Será ilusão? Existirás?
Dever-me-ei deixar render? E se a tua transparência não for tão límpida quanto as águas cristalinas dos regatos?
Confusão...
Mistérios que te envolvem, dúvidas que me acrescem...


Are you the light?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sonho...??



Enquanto dormitava sonhei, não sei bem se acordada, se de sono profundo. Mas sonhei!
Foi um sonho algo invulgar, de um passado muito longínquo que julgava apagado das minhas lembranças.
Ultimamente dou comigo a pensar nesse passado que foi conturbado, confuso e triste. Curiosamente sonho com algo feliz ligado ao medo, ao pânico que vivi.
Como se pode ser feliz quando se receia a malvadez de outrém? Como pude sonhar com algo feliz vindo de alguém que ainda hoje temo?
A mente, essa é misteriosa e a principal responsável pelo que sonhei. Terá sido este sonho uma forma de me libertar das mágoas do passado? Que espera que entenda dele? Ou será que não se deve procurar resposta? Não consigo não a procurar... 'Tudo tem uma explicação', já me dizia a minha querida Daniela (colega de faculdade com quem partilhei casa ao longo de uns belissimos tempos). Então, se tudo tem uma exlicação e se nada é por acaso, quero conhecer essa explicação.
Acordei com a sensação de que tudo fora muito real. Será que já aconteceu? Será que irá acontecer? Nunca mais te vi, nem soube de ti.
Mas porquê agora? Já passou tanto tempo...
Tu pegas-te-me na mão, olha-mo-nos, sorrimos e abraça-mo-nos.
Sensação de que hoje não me sairá da cabeça este sonho para que o possa explicar...
Teimo em querer saber o porquê e a intenção dos sonhos. Será um passado ou futuro? Será um aviso? Será que não lhe deva conferir importância? Ou será que era assim que eu gostaria que tivesse sido? Ou será, ainda, que foi uma forma de perdão?
Talvez não deva saber, mas quero ser conhecedora das suas respostas.
E onde procurar essas respostas?
Sonhei contigo, algo invulgar, encontrava-mo-nos num sitio que nunca nos fora comum. Era noite e nunca chegou a amanhacer.
Começo a ter dúvidas em relação ao meu rígido conceito do significado da palavra amor... Não sei se me sinta tonta por ter tanta convicção nele, se por nunca ter aberto a mente a outros significados.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sossegadamente sentir



Quão belo se apresenta o viver sem grandes inquietudes ou desassossegos, sem a dor dos sentidos.

'Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar. ' (Fernando Pessoa, Ricardo Reis)

Maravilhoso é o despertar da Natureza que com os primeiros raios de sol parece, a cada dia, renascer. O encanto torna-se deliciosamente maior.
Sinto que a minha alma se está a preencher de agradáveis sensações. Dou outro sentido ao sentir.
A paz nasce em mim, trazida pelo rio que corre tão natural e sossegadamente, como se conhecesse de cor o seu caminho.
Sons, cores, aromas, fragrâncias... Dou aso ao meu imaginário e permito o despertar de todos os sentidos que pousam, deslizam, tocam e encantam.
Observo duas borboletas que se passeiam entre as pétalas coloridas de flores e florzinhas, selvagens. Sorrio, admirando a paisagem.
A natureza possui um esplendor, um segredo que designo de perfeição.

Natureza, essência selvaticamente pura
Os rios correm, sempre no mesmo sentido e não se cansam,
Com a manhã despertam as cores, os sons
Com a noite pairam os silêncios de todos os adormecidos
Ficam os olhares dilacerantes do amigos rapinantes
E a intensidade com que os 'canis lupus' uivam ao som da luz da lua.
As tardes são preenchidas pelo brilhar do sol quente
E pelas sombras das árvores tão grandes quanto antigas.

Natureza, mãe de todas as mães
A fecundidade, a multiplicidade plena
Equilibrio inesgotável de uma ordem natural
Ferocidade nada vulgar
Ela canta, encanta,
Acolhe, consola,
Deslumbra, protege.
É feroz!
Magoa, mata e aprisiona.


Enquanto a vida passa e não passa, vivamos e sintamos o que de melhor existe, quer seja à nossa volta, quer seja apenas o que existe dentro de nós.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Revolta e confusão


Não durmo... Não esqueço... Não páro!!Cansaço que se apodera de mim como um leão de sua presa. Inquieta abro a janela, a noite invade o meu quarto. Está uma triste e silenciosa noite, algo invulgar quando se reside numa Invicta. O frio que se faz sentir torna o ar doloroso de se respirar, já não sinto as pontas dos dedos que estão tão pálidas quanto as escadarias em mármore. É uma dor que não desvia a minha atenção, no entanto não ignoro a que me está cravada no peito há dias a fio, meses sem conta, anos...Deserta..., o adjectivo que melhor qualifica o estado de minha mente, meu corpo não obedece ao pensar e o pensar não corresponde ao coração ferido por este punhal a que designamos vida.Sangro todo o sangue que me corre nas veias e ele não se derrama, renuncio a tudo o que é politicamente correcto e perdi o gosto de gostar de viver, já não lhe conheço o sabor ou mesmo a textura.Dúvidas, questões, interrogações, medos, falhas, erros, incertezas...Tudo se resume a isto?Insignificante, insensivel, irracional... Qualifico-me!E viver o que é? A certeza do sonho onde pára? A amizade que valor tem? Não é outra forma de amar? Quem são as personagens a quem damos os lugares mais importantes na assembleia da vida? E inteligência? Que palavra complexa... O que reflecte? Apenas um 20 a matemática? Então, o que era Einstein, se nunca primou pelo sucesso escolar? Um irracional que teve uns pózinhos mágicos de sorte? Uma mente brilhante?Onde estão escondidos os mapas que dão o rumo das gentes aquando atiradas para a vida?Que preocupações são as nossas que nem conseguimos olhar o horizonte sem que este venha acompanhado da vasta poluição?Para quê os 'GABBANAS', os 'ARMANIS', os 'CAVALLIS' se estamos podres e insanos? Quem são, o que fizeram? Que valor possuem? Terão tido vinte a matemática? Ou vinte é apenas o número representativo dos milhões de crianças menores que construem estas futilidades, com as mãos tão cheias de árduos trabalhos e os ventres tão dilatados quanto airbags de topos de gama...Isto é fome, é pobreza é miséria, é insanidade, é podridão... diria até intelectual...Quem são as 'tias pinkies' que passeiam os seus 'Lulus' de popa arrebitada? Qual a sua função na sociedade? Quem lhes conferiu importância e utilidade? Qual a necessidade da sua existência? Que cultura e valores possuem? E quais aqueles que incutem? As regras de etiqueta? Quem necessita saber comer a fome de faca e garfo?Em muitos paises seres minusculos debatem-se diariamente pela escassez de água, alimentos, saude... Os bens essenciais e disponiveis apenas para alguns...Que mundo consegue girar perfeitamente no seu eixo sem tombar com o peso dos bolsos futeis?A revolta que deixei nascer já me ferve na alma.Num momento de negação fecho a janela, fecho a mente,fecho o coração e deixo-me gelar...As incertezas ainda assombram a mente, porém que bom sentir o frio e ter agasalhos...Fecho os olhos e num suspiro deixo-me adormecer...



Escrito no dia 13-11-2008 (02:11h)