terça-feira, 9 de junho de 2009

Sossegadamente sentir



Quão belo se apresenta o viver sem grandes inquietudes ou desassossegos, sem a dor dos sentidos.

'Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar. ' (Fernando Pessoa, Ricardo Reis)

Maravilhoso é o despertar da Natureza que com os primeiros raios de sol parece, a cada dia, renascer. O encanto torna-se deliciosamente maior.
Sinto que a minha alma se está a preencher de agradáveis sensações. Dou outro sentido ao sentir.
A paz nasce em mim, trazida pelo rio que corre tão natural e sossegadamente, como se conhecesse de cor o seu caminho.
Sons, cores, aromas, fragrâncias... Dou aso ao meu imaginário e permito o despertar de todos os sentidos que pousam, deslizam, tocam e encantam.
Observo duas borboletas que se passeiam entre as pétalas coloridas de flores e florzinhas, selvagens. Sorrio, admirando a paisagem.
A natureza possui um esplendor, um segredo que designo de perfeição.

Natureza, essência selvaticamente pura
Os rios correm, sempre no mesmo sentido e não se cansam,
Com a manhã despertam as cores, os sons
Com a noite pairam os silêncios de todos os adormecidos
Ficam os olhares dilacerantes do amigos rapinantes
E a intensidade com que os 'canis lupus' uivam ao som da luz da lua.
As tardes são preenchidas pelo brilhar do sol quente
E pelas sombras das árvores tão grandes quanto antigas.

Natureza, mãe de todas as mães
A fecundidade, a multiplicidade plena
Equilibrio inesgotável de uma ordem natural
Ferocidade nada vulgar
Ela canta, encanta,
Acolhe, consola,
Deslumbra, protege.
É feroz!
Magoa, mata e aprisiona.


Enquanto a vida passa e não passa, vivamos e sintamos o que de melhor existe, quer seja à nossa volta, quer seja apenas o que existe dentro de nós.

1 comentário:

  1. A magia de um raio de sol quando este rompe por entre as folhagens dos arvoredos que nos rodeiam, faz com que a nossa alma fique mais leve mais macia, faz-nos sonhar acordados com akilo que nos é tão querido e com akilo k desejamos para nos traz-nos de volta a vontade de vencer e sua suave brisa sussurra ao nosso ouvido, "sonha meu anjo, amanha sera mais um belo dia, para demonstrares akilo k es e procurares o k keres encontrar", mas o dia ainda vai a meio...
    Mais rapido se ve a felicidade com os olhos fechados do k com eles abertos, mas akilo k nos faz feliz pode estar bam perto mas estamos tanto tempo com os olhos fechados k ja nos esquecemos como se ve a vida...
    Confuso, talvez nada na vida é claro...
    Beijinhos...

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