terça-feira, 15 de setembro de 2009

Amar-me amando-te...


'O facto de estares só numa cidade não significa que estejas só no mundo'.

Uma observação inteligente de um alguém que prezo muito e com quem partilho os dias que não os de solidão. Uma forma de gritares ao meu ego: 'Eu estou aqui para ti'!
De facto o meu mal-estar interior ofusca-me a visão não permitindo que observe o que de melhor existe. Nem sempre consigo olhar nessa direcção. E nem sempre sei como tornar os dias mais leves.
Como gostava de sentir a experiência dessa tua liberdade subtil e deliciosamente delicada que me vai adoçando com os seus pormenores.
Como gostava de saber viver sem ansiar sempre o amanhã, poder viver os pequenos momentos com a intensidade dos maiores.
É assim que és... Livre, espontâneo, simples e delicado.
Trazes na tua voz o entusiasmo de um aventureiro e no teu olhar um brilho de rebeldia.
Dá-me essa parte de ti. Deixa-me prevalecer no teu coração, ocupar a tua mente e alimentar-me do teu ser...
Deixa-me ser assim, como tu, um simples curioso que não estagna, que contesta e luta pelos seus objectivos.
Dá-me essa força, esse dom! Dá-me o carisma do teu sorriso e a suavidade da tua pele.
Constrói no deserto que existe dentro de mim o teu oásis.
Planta a aventura, a coragem, a genialidade... Planta em mim parte de ti e deixa-a viver.
Faz renascer o gosto de gostar do que me envolve...
Porque te amo, porque te admiro e porque te quero sempre junto a mim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pensamentos que voam


Um mês passou... Deixei tanto por dizer, por contar, por segredar.

De regresso à Invicta apercebo-me que a frieza deste ar em nada mudara.

As caras são as mesmas, as expressões vazias, os corpos fúteis que balançam nas cinturinhas descaídas.

E o que são as palavras? Meros desabafos profundos de uma dor recalcada.

Queria sentir aquele sentir de quando se fecha os olhos e o sol dos finais de tarde nos beija a pele, fazendo o tempo parar dando lugar às mais profundas sensações, a paixão e o auto-equilibrio.

Mente tão complexa, não pára de pensar, de se sentir insatisfeita. Não pára de querer tudo aquilo que não pode ter. È um querer tão intenso como a fome.

Alimento-a, mas de nada serve. Não se satisfaz com os pequenos enganos que lhe vou atribuindo para simplesmente disfarçar a dor, a inquietude e o desepero. Bem visiveis nas olheiras que carrego em mim há meses a fio.

Sinto-me velha de muito sentir e de tantas emoções, todas elas instáveis e diferentes.

É um cansaço permanente que vai destruindo toda a visão futura que um dia vislumbrei.

Sei que tudo é um engano, uma tentativa de fuga ao mundo real.

Fecho-me sobre mim numa concha dura e opaca, onde só transparece aquilo que faço transparecer, onde não reside nada mais do que frieza, indiferença, despreocupação.

Como fechar a porta e não deixar entrar ninguém?

A solidão deixou cair o seu véu sobre mim.

Adormecer profundamente sem nada sonhar ou ambicionar. Já nem as ambições dão um sentido a estes dias destruidores de sonhos e fantasias.