quinta-feira, 22 de março de 2012

Consciência

Uma enorme vontade de gritar. Um grito abafado que vem do fundo das minhas entranhas, um grito de guerra, um grito feroz que provoca ardor, um grito com uma cicatriz profunda. É um grito de consciencialiação daquilo que não quero ser e de tudo aquilo em que já não acredito.
E digo que não acredito sem tristeza, sem dor.
Não sou forte, nem fraca, apenas consciente! Consciente de tudo o que mudou em mim, de tudo o que construi em torno da minha personalidade.
Deixei de ter rígidas expectativas e de julgar que tenho o poder de controlar os acontecimentos banais. Na verdade controlei, mas as emoções que ousei não sentir quando decidi virar o meu mundo.
Protegi o meu ser e apesar de sentires que partiste,fui eu quem te abandonou, por não te sentir necessário.
As cicatrizes já estavam lá, não fizeste nenhum novo golpe, e serviram como escudo.
Não sou um ser limitado à tua existência como eventualmente pensas.
Sou independente e livre das minhas escolhas.
Não houveram novos ensinamentos, novas partilhas... Não houveram conquistas, nem obstáculos a ser ultrapassados.
A perda de tempo que sinto sobrepôs-se a qualquer acto bom, a qualquer qualidade ou alegria.
Contigo não brilhei, não deixaste que desse o meu melhor.
Mas, grito com toda a certeza e consciência de que dei o melhor naquilo que permitiste que eu desse.
Não conheceste metade de todo o ser que sou! Já eu, (re)conheci-me, deixei evoluir a pequena fera que ruje e não permanece em silêncio à espera de insultos à sua inteligência.
E inteligência sempre foi uma qualidade que me apontaste. Contigo, nunca a transmiti.

3 comentários:

  1. A consciência, é uma das coisas que nos define e nos torna únicos, eu acredito no teu ser, pois conheço-o bem, dei muito de mim para poder captar a tua essência e ler a tua alma.
    A beleza de uma alma não se define por palavras, eu defino-te pelos momentos passados que guardo em mim.
    Gravo na minha memoria pedaços de ti.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Conheces-me bem, não o meu todo.
      Conheces-me o suficiente para me definir! :)

      Eliminar
  2. Sim, também acho, o todo é algo que nem nos mesmos sabemos...

    ResponderEliminar