
Sou simples!
Vivo na simplicidade desamparada de ódios e loucura.
Sou básica e incompreendida pelas mentes brilhantes. Sou apenas uma soma de sensações extremas, o que fascina os complexos seres robustos de mente.
Desprovida de pretensões apenas ambiciono os significados estranhos a que dão nome as gentes.
Deambulo na rua de uma cidade que dorme tranquila repousada sobre o seu leito. Digo as metades do que me vai na alma. Espero que se sacrifiquem as outras pelas metades que em meu regaço escondi.
O corpo gela no enquadro desta melodia triste. As palavras soam como silêncios prolongados ou setas lançadas num sopro unidireccional.
Cravados no peito apodrecem os anos, cínicos e cheios de traição. Também mentem os lábios que mastigam o que no olhar não permanece.
A dor é a prova de vida, o contraste de insensibilidade e outras coisas mais que se antagonizam à condição de viver.
Fragmento a personalidade, todo o meu ser.
Sentirei fascínio pela mente e serei sempre simples no sentir intenso de qualquer sensação.
A condição a que me limito não me transforma numa mente brilhante, ou algo que por si só cintile...
E as estrelas? Há-as em toda a parte e só as desejo na palma da mão.
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