quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nostalgia




Existe um tempo e um espaço...
Um olhar, um sentir....
Existes tu e eu, um nós, em lados separados, apenas nos podemos ver através deste vidro que vai estalando mas não quebra.
Passeio sem um rumo certo, a minha mente atraca sempre no mesmo porto.
O corpo pretende ir além da mente, o coração pulsa todo o sentimento, o toque está longe.
As dúvidas em relação ao que o futuro reserva são mais que muitas, o receio de errar cresce há medida que os dias passam.
Será que ousarás arriscar ou permanecerás imóvel?
Só quero que me agarres num qualquer momento e me faças de tua. Desejos que segredo ao vento.
Saber que estás comigo, mas a mim não pertences. A ansiedade cresce, o tempo passa e a cada olhar que cruzamos vejo o futuro.
Queria apenas ter um momento, um instante para te poder dizer o quão significas, sem receios, obstáculos ou confusões.
Tu entras-te na minha vida e foste-te tornando uma necessidade, um mistério delicioso de se ir desvendando. Dando-lhe sentido, brilho e fazendo-me sorrir.
Sorris com vontade, sentes as palavras e tocas-me a alma.
Amo-te...


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

(In)Felicidade


Estou só!

A minha mente deixa-se viajar por sitios estranhos que nunca vi.

São bizarros e conduzem a um cinzento tão carregado que não consigo visualizar o que existe além desta névoa.

Como os dias, os anos passam... Ontem era uma cirança feliz, hoje uma jovem adulta com tanto caminho para percorrer, mas que perdera todos os sonhos de menina.

Esta época, a do advento, recordo-a com alguma nostalgia. Era sempre uma azáfama, a familia reunida, o corre-corre dos últimos dias.... Já nada é assim, tudo morreu ou parou no tempo.

Por vezes ouso sentir que a vida que vivo não me pertence.

Sinto-me estranha a mim própria.

Algures, num destes dias, fizeram uma descrição de mim como jamais alguém fizera.

Vou tão bem decalcada como inquietante. Feriu-me!!

Custa-me pensar que sou vazia para quem não me sabe ler, mas dói mais saber que para os bons observadores existe em mim uma ferida aberta de um passado infeliz.

Como a fechar? Assemelha-se muito a uma doença terminal... Mas que existe mais na minha mente que no meu corpo. Só desaparecerá quando a mente parar e o corpo já não existir.

Não consigo curar esta chaga que vai sangrando longos dias a fio.

Onde estou? Quem sou? O que faço aqui? Porque existo? Serei feliz? Onde está a estrada?

Os meus fantasmas assombram os dias e deliciam-se nas noites.

As lágrimas já não saem mesmo que as force. Eu quero chorar porque quero voltar a sentir, mesmo que essa sensação seja dor!

Quero arrancar da vida todas as sensações. Boas ou más... Eu só quero sentir!!!!

Quero sentir as manhãs frias de Inverno, as noites quentes de Verão, as tardes deliciosas da Primavera ou encantar-me com as folhas de mil cores do Outono.

Eu quero sentir-me feliz e dançar ao som do vento, ouvir o mar bater nas rochas.

Quero sentir o calor dos corpos numa noite de verão! Quero fechar os olhos e sentir satisfação.

Quero ser quem fui, amar como amei, sentir o que senti, vibrar bem dentro de mim.

Quero ter um brilho nos olhos, sem sentir o peso das olheiras, quero sorrir sem ser algo forçado, quero sentir expontaneidade e admirar a natureza. Quero viajar e não levar os medos e desilusões na bagagem. Quero insistentemente ser feliz!

A vida não levará a melhor, nem todos os que menosprezam as minhas capacidades e me fazem sentir no subsolo!

Não sei como ou onde, mas serei feliz! Porque quero muito sê-lo...

Farei por isso, acreditarei no que quero, serei quem quero sem medos ou obstáculos, pressões ou ilusões. Serei realista e não farei grandes expectativas. Lutarei por tudo o que me poderá trazer felicidade, deixarei para trás tudo o que se colocar como um obstáculo.

Ignorarei as opiniões inoportunas, serei dona da minha própria vida e reconstruirei o meu ser começando no interior. Valorizarei apenas quem me apoia, quem me aceitou sempre como fui.

Dormirei horas infinitas, darei descanso ao meu psicológico, mas não serei plástica nem vazia.

Hoje em dia só as pessoas vazias é que são valorizadas, mas recuso-me ser assim.

Quero ser mais e melhor, aprender e esquecer o que me destrói.

Quero ser feliz!!! Mesmo que tenha de dormir nas ruas, ser louca, cometer erros, ser politicamente incorrecta, ser jogada aos leões... Eu só quero ser feliz! Quero rir até me doer a barriga, sorrir para um desconhecido, trocar olhares cintilantes e sentir fascinio. Quero dançar até de manhã, conviver, ter amigos, sentir-me cansada e doerem-me os pés depois de uma noite bem passada. Quero ter em mim o melhor que a vida tem e guardar apenas esses bons momentos na minha mente. Vou andar e andar quilómetros, se necessário... Só para ser feliz!

Quero morrer e ter consciência de que fui feliz e fiz alguém feliz....

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma noite por um fio


Foi uma tarde esquisita, após uma manhã mal dormida.

As vezes que acordei foram diversas, o cansaço era o principal responsável pela inércia em que me deixei ficar aconchegada.

A sucessividade de acontecimentos que antecederam o fim de semana não me saía na cabeça. Faziam-me pensar e questionar . Questionava os motivos... Será que as consequências se justificavam? Como funcionaria o processo normal das situações? E, se, naquela fracção de segundo o caminho escolhido fosse diferente mudaria algo?

Sempre defendi aquela filosofia de que a vida é feita de escolhas... Mas, será mesmo?

Saio do meu refúgio, aquele onde posso pensar de olhos fechados que os pensamentos não perturbam ou são pertubados. Julgam-me a dormir.

Permaneço de pijama, faço a minha rotina diária normal... Dirijo-me à cozinha, mas sem fome logo volto para o meu confortável sofá.

Algo não me sai da cabeça e tenho uma sensação estranha dentro de mim.

O dia procedeu-se de forma normal. Nada de relevante aconteceu.

Surje a noite. A vontade de sair não se pronunciava, apesar de muitas propostas.

Surgiu uma impossivel de se recusar. Após um longo banho de água fria, a mente e o corpo obedeceram e fizeram descer igualmente a temperatura. Congelei os meus maus pensamentos daquela manhã.

Sentia-me triste e não encontrava uma explicação válida.

Cheguei a comentar a minha estranha sensação que logo foi cepticamente negligênciada.

No regresso para casa os sinais estavam lá e eu não os vi.... Algo me dizia que não devia escolher ir por ali, mas não obedeci ao meu breve pensamento.

Os pensamentos surgiam com tanta rapidez que quase não conseguia discernir os lógicos dos que não o eram, de todo.

Perdi o controlo da situação, perdi o controlo da minha mente, das minhas mãos e tudo à minha frente desaparecera.

Bati uma e outra vez, sentia uma dor forte no peito. Não senti vontade de chorar, não entrei em pânico.

Sentia-me gélida e indiferente.

Quando, finalmente tomei controlo da situação sentia-me tremer... Tremia desde bem fundo da minha alma... Mas não reagi.

Pensava em ti... Senti um enorme aperto no peito, uma saudade profunda.

Queria chorar, mas não conseguia. O aperto não desaparecia. E eu só queria reagir.

Quando te vi a minha vontade era a de te abraçar intensamente por muito tempo. Tanto tempo que duraria uma vida inteira... Porém, não aconteceu.

Senti que em ti algo mudara, embora toda a preocupação e delicadeza a que sempre me habituas-te.

Algo está diferente em ti e não consigo perceber o quê, embora todos os teus gestos nobres.

Talvez tivesse surgido um ponto de viragem, mas não o senti..

Não reagi, não senti alivio ou dor. Não te senti tão proximo de mim como gostaria. Não me fez acordar. Fez-me sentir como a morte seria algo insignificante e para muitas almas precisa.

A sombra e sensação estranha perseguem-me.. Na minha mente surgem tantas dúvidas e mágoas.

Ninguém me consegue explicar o sentido lógico da vida. Não acredito que exista um. No fundo todos caminhamos numa direcção única, sem consciência do que é viver, muito menos conviver.

Queremos felicidade, mas somos tão egoístas ao quere-la só para nós que nos esquecemos de a partilhar.

Sinto-me triste por viver neste mundo cinzento, cruel e sem oportunidades.

Sinto-me triste quando não estás e me fazes sentir só.. Sinto-me triste quando não tenho o teu abraço, o teu olhar, o teu sorriso...

Sinto-me triste porque muito pouca coisa para mim faz sentido.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ouves-me?


Tu sorris e dizes: 'Estou feliz'!
Não o sinto. São meras palavras que proferes receando a dureza da solidão.
Conheço o teu ser. Conheço-o tão bem para saber que este se desfaz em pedaços... Pedaços que alguém talha macabramente, asfixiando-te impedindo que assim respires.
O teu olhar já não brilha, as tuas gargalhadas já não são estridentes e expontâneas.
Refugias-te no silêncio das noites. Abafas o choro na almofada em que deitas a tua mente pesada.
Felicidade de que falas e que fantasias, felicidade que não sentes, imaginas. Felicidade inexistente.
O teu mundo não cai, porque lhe vais tentando segurar as pontas com essa força vinda não sabes muito bem de onde.

' Eu não sei se vais ouvir-me, estás aí ou não...'

Tampouco sei se me compreendes, se te reconheces aqui...
Escuta o teu coração, só assim compreenderás a minha voz.
Queria olhar-te como se fosse pela primeira vez, queria sentir-te respirar contra o meu peito, queria sorrir contigo...
Pousares os teus lábios nos meus, abraçares-me e o tempo parar.
Enlaçarmos as mãos e partirmos em direcção ao pôr-do-sol de uma tarde de verão.
Um sonho perfeito que traço de olhos fechados.
As lágrimas caem no rosto, a expressão não muda...
Ouves-me?
Consegues ouvir-me dizer que te amo?
Ouve-me!
Eu estou aqui... Para ti!
Eu estou aqui a dizer que te amo...







P.S- I love you!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Amar-me amando-te...


'O facto de estares só numa cidade não significa que estejas só no mundo'.

Uma observação inteligente de um alguém que prezo muito e com quem partilho os dias que não os de solidão. Uma forma de gritares ao meu ego: 'Eu estou aqui para ti'!
De facto o meu mal-estar interior ofusca-me a visão não permitindo que observe o que de melhor existe. Nem sempre consigo olhar nessa direcção. E nem sempre sei como tornar os dias mais leves.
Como gostava de sentir a experiência dessa tua liberdade subtil e deliciosamente delicada que me vai adoçando com os seus pormenores.
Como gostava de saber viver sem ansiar sempre o amanhã, poder viver os pequenos momentos com a intensidade dos maiores.
É assim que és... Livre, espontâneo, simples e delicado.
Trazes na tua voz o entusiasmo de um aventureiro e no teu olhar um brilho de rebeldia.
Dá-me essa parte de ti. Deixa-me prevalecer no teu coração, ocupar a tua mente e alimentar-me do teu ser...
Deixa-me ser assim, como tu, um simples curioso que não estagna, que contesta e luta pelos seus objectivos.
Dá-me essa força, esse dom! Dá-me o carisma do teu sorriso e a suavidade da tua pele.
Constrói no deserto que existe dentro de mim o teu oásis.
Planta a aventura, a coragem, a genialidade... Planta em mim parte de ti e deixa-a viver.
Faz renascer o gosto de gostar do que me envolve...
Porque te amo, porque te admiro e porque te quero sempre junto a mim.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pensamentos que voam


Um mês passou... Deixei tanto por dizer, por contar, por segredar.

De regresso à Invicta apercebo-me que a frieza deste ar em nada mudara.

As caras são as mesmas, as expressões vazias, os corpos fúteis que balançam nas cinturinhas descaídas.

E o que são as palavras? Meros desabafos profundos de uma dor recalcada.

Queria sentir aquele sentir de quando se fecha os olhos e o sol dos finais de tarde nos beija a pele, fazendo o tempo parar dando lugar às mais profundas sensações, a paixão e o auto-equilibrio.

Mente tão complexa, não pára de pensar, de se sentir insatisfeita. Não pára de querer tudo aquilo que não pode ter. È um querer tão intenso como a fome.

Alimento-a, mas de nada serve. Não se satisfaz com os pequenos enganos que lhe vou atribuindo para simplesmente disfarçar a dor, a inquietude e o desepero. Bem visiveis nas olheiras que carrego em mim há meses a fio.

Sinto-me velha de muito sentir e de tantas emoções, todas elas instáveis e diferentes.

É um cansaço permanente que vai destruindo toda a visão futura que um dia vislumbrei.

Sei que tudo é um engano, uma tentativa de fuga ao mundo real.

Fecho-me sobre mim numa concha dura e opaca, onde só transparece aquilo que faço transparecer, onde não reside nada mais do que frieza, indiferença, despreocupação.

Como fechar a porta e não deixar entrar ninguém?

A solidão deixou cair o seu véu sobre mim.

Adormecer profundamente sem nada sonhar ou ambicionar. Já nem as ambições dão um sentido a estes dias destruidores de sonhos e fantasias.



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fascínio


Olhares...
Sorrisos...
Multidões...
Indiferença...

Olhares...
Sorrisos...
Multidões...

Leveza de um charme que deliciosamente perfuma e nos envolve.
Um sorriso que encanta, um olhar cintilante, uma união nos gestos perfeitamente encaixados. Palavras que se soltam, lábios silenciados, corpos que se tocam e deslizam na suavidade dos sentidos.
As almas unem-se dando lugar a uma só que levita além do horizonte, num espaço tão elevado quanto longínquo onde se observa paz, liberdade, conforto e essencialmente paixão.
Suspiros que são levados como uma brisa para outra dimensão.
A isto deve-se a paixão, não só das almas, como também à dos corpos.
Cresce, cresce e cresce com o decorrer dos dias, o cair das noites.
Não a silencio e rendo-me...

A paixão é uma arte onde reside todo o fascínio de um ser.